Desde o início da chamada revolução verde, a agricultura tem experimentado um aumento exponencial em produtividade. Um dos fatores que levaram a isso foi o uso dos agrotóxicos. Contudo, a utilização destes insumos encontra um grande obstáculo: a resistência que insetos, ácaros, nematóides, fungos e plantas espontâneas adquirem a inseticidas, fungicidas, herbicidas e outros mais. É sempre necessário se desenvolver novas moléculas porque as antigas já não fazem o mesmo efeito. Até mesmo os transgênicos, que prometiam ser a solução final para o controle de pragas, já estão perdendo eficácia em alguns casos.
É a velha história de enxugar gelo. Isso porque a resistência aos químicos é mais fácil de ser adquirida ao longo das gerações. Esta forma de controle de pragas ignora duas relações existentes na natureza que são o predatismo e o parasitismo. Ao contrário do uso de agroquímicos, é uma relação que existe a milhares de anos, e os insetos praga dificilmente adquirem resistência a este tipo de controle. O controle biológico de pragas é uma ferramenta muito utilizada na agricultura orgânica, e até mesmo as grandes empresas do agronegócio já estão se rendendo a este método natural de evitar a proliferação de insetos prejudiciais às plantações.
Desta forma, é mais proveitoso estudar as relações naturais existentes entre insetos, predadores e parasitas, e aplicar na agricultura como uma forma de garantir a produção de alimentos, do que ficar desenvolvendo moléculas químicas e OGMs que invariavelmente irão perder seu efeito ao longo do tempo. É necessário parar de enxugar gelo e prestar mais atenção na grande obra de engenharia que pouco conhecemos: a natureza. Assim, poderemos utilizar seus recursos a nosso favor e ainda a preservaremos!
Luis Eduardo Arns Pereira
Agrônomo e Gestor do Balaio Orgânico
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sexta-feira, 25 de agosto de 2017
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
Desequilíbrio ambiental prejudica polinizadores e a agricultura
Diversos estudos tem constatado a redução das populações de insetos polinizadores, entre os vários tipos de abelhas, borboletas, além de pássaros que também se alimentam do néctar das flores. Isto é algo que deve ser visto com muita atenção, pois muitas hortaliças, frutas e até alguns grãos dependem de polinizadores para que produzam em quantidade satisfatória.
Entre as prováveis causas, estão o desmatamento, uso indiscriminado de inseticidas e monocultivos. As matas são um verdadeiro estoque de alimentos para os polinizadores, pois abrigam muitas espécies vegetais que produzem pólen e néctar em grande quantidade e em períodos distintos, sendo assim, uma garantia de segurança alimentar para estes insetos e pássaros. É óbvio que, com o aumento do desmatamento, a sobrevivência dos polinizadores fica comprometida.
O uso indiscriminado de inseticidas também compromete a sobrevivência destes insetos, também por razões óbvias. A aplicação destes agrotóxicos nas lavouras prejudica as atividades dos polinizadores, além haver a possibilidade de contaminação das áreas do entorno, com o escorrimento através de enxurradas e com a deriva, através do vento. Desta forma, a contaminação do ambiente afeta diretamente as atividades e a reprodução destes insetos.
Outro ponto são as grandes áreas de monocultivo, e têm o mesmo efeito do desmatamento sobre a vida dos polinizadores: redução da quantidade, qualidade, variedade e também da constância de suprimento de pólen e néctar ao longo das estações do ano.
Desta forma, a agroecologia é, de novo, a resposta para este sério problema ambiental e agrícola. Ao prezar pela conservação de áreas florestais, e até mesmo o cultivo em agroflorestas, a produção agroecológica favorece a produção de pólen e néctar em maiores quantidades, melhor qualidade e variedade e em várias épocas do ano, garantindo a segurança alimentar dos polinizadores. Ao dispensar o uso de inseticidas, a produção orgânica favorece a sobrevivência e reprodução destes insetos. Ao buscar realizar cultivos diversificados, a agroecologia favorece também uma maior oferta, variedade e qualidade de pólen e néctar.
Sendo assim, mais uma vez fica evidenciada a importância da agricultura orgânica para nossa segurança alimentar no futuro!
Luis Eduardo Arns Pereira
Agrônomo e Gestor do Balaio Orgânico
Entre as prováveis causas, estão o desmatamento, uso indiscriminado de inseticidas e monocultivos. As matas são um verdadeiro estoque de alimentos para os polinizadores, pois abrigam muitas espécies vegetais que produzem pólen e néctar em grande quantidade e em períodos distintos, sendo assim, uma garantia de segurança alimentar para estes insetos e pássaros. É óbvio que, com o aumento do desmatamento, a sobrevivência dos polinizadores fica comprometida.
O uso indiscriminado de inseticidas também compromete a sobrevivência destes insetos, também por razões óbvias. A aplicação destes agrotóxicos nas lavouras prejudica as atividades dos polinizadores, além haver a possibilidade de contaminação das áreas do entorno, com o escorrimento através de enxurradas e com a deriva, através do vento. Desta forma, a contaminação do ambiente afeta diretamente as atividades e a reprodução destes insetos.
Outro ponto são as grandes áreas de monocultivo, e têm o mesmo efeito do desmatamento sobre a vida dos polinizadores: redução da quantidade, qualidade, variedade e também da constância de suprimento de pólen e néctar ao longo das estações do ano.
Desta forma, a agroecologia é, de novo, a resposta para este sério problema ambiental e agrícola. Ao prezar pela conservação de áreas florestais, e até mesmo o cultivo em agroflorestas, a produção agroecológica favorece a produção de pólen e néctar em maiores quantidades, melhor qualidade e variedade e em várias épocas do ano, garantindo a segurança alimentar dos polinizadores. Ao dispensar o uso de inseticidas, a produção orgânica favorece a sobrevivência e reprodução destes insetos. Ao buscar realizar cultivos diversificados, a agroecologia favorece também uma maior oferta, variedade e qualidade de pólen e néctar.
Sendo assim, mais uma vez fica evidenciada a importância da agricultura orgânica para nossa segurança alimentar no futuro!
Luis Eduardo Arns Pereira
Agrônomo e Gestor do Balaio Orgânico
sexta-feira, 11 de agosto de 2017
Agroecologia e a estabilidade na produção de alimentos
Muito se fala sobre a possibilidade de produzir alimentos orgânicos suficientes para alimentar o mundo. De fato, ainda não é possível garantir alimentos para 7 bilhões de pessoas sem o uso de agrotóxicos, contudo, com o avanço no conhecimento e o aprimoramento das técnicas, tem-se levado a produção agroecológica a uma produtividade próxima a da convencional, em alguns casos. Ou seja, é questão de tempo até que a agricultura orgânica tenha sim, possibilidade de alimentar o mundo.
Mas a grande questão é: até quando a agricultura convencional poderá alimentar o mundo? Essa questão é relevante pelo seguinte motivo: os insumos utilizados na agricultura convencional são de fontes não renováveis: mineração e petróleo. Desta forma, a agricultura praticada em grande escala depende da disponibilidade destes recursos não renováveis, ou seja, quando começar a diminuir a oferta, a produção de alimentos será drasticamente afetada. Há ainda a questão de que a produção destes insumos está concentrada nas mãos de conglomerados cada vez maiores e que detêm cada vez mais o controle sobre a produção de alimentos, e isto é algo perigoso. Não se sabe ao certo até quando estas fontes não renováveis poderão suprir a agricultura convencional: 20 anos? 40 anos? 100? Não importa, quando estas fontes começarem a secar, o efeito será catastrófico para a humanidade.
Por outro lado, a agroecologia busca sempre a reciclagem de nutrientes na propriedade, com técnicas como adubação verde, rotação e consórcio de culturas, manejo agroflorestal, integração com produção animal, entre outros. Desta forma, há pouca ou nenhuma necessidade de receber insumos externos, diferente da agricultura convencional. A detenção dos fertilizantes também fica desconcentrada, evitando-se monopólios ou oligopólios neste setor. Ou seja, a longo prazo, a agroecologia não somente poderá alimentar o mundo, mas garantir a segurança alimentar do planeta. Por isso, é necessário a mudança de hábito desde já, para que esta segurança se concretize!
Luis Eduardo Arns Pereira
Agrônomo e Gestor do Balaio Orgânico
Mas a grande questão é: até quando a agricultura convencional poderá alimentar o mundo? Essa questão é relevante pelo seguinte motivo: os insumos utilizados na agricultura convencional são de fontes não renováveis: mineração e petróleo. Desta forma, a agricultura praticada em grande escala depende da disponibilidade destes recursos não renováveis, ou seja, quando começar a diminuir a oferta, a produção de alimentos será drasticamente afetada. Há ainda a questão de que a produção destes insumos está concentrada nas mãos de conglomerados cada vez maiores e que detêm cada vez mais o controle sobre a produção de alimentos, e isto é algo perigoso. Não se sabe ao certo até quando estas fontes não renováveis poderão suprir a agricultura convencional: 20 anos? 40 anos? 100? Não importa, quando estas fontes começarem a secar, o efeito será catastrófico para a humanidade.
Por outro lado, a agroecologia busca sempre a reciclagem de nutrientes na propriedade, com técnicas como adubação verde, rotação e consórcio de culturas, manejo agroflorestal, integração com produção animal, entre outros. Desta forma, há pouca ou nenhuma necessidade de receber insumos externos, diferente da agricultura convencional. A detenção dos fertilizantes também fica desconcentrada, evitando-se monopólios ou oligopólios neste setor. Ou seja, a longo prazo, a agroecologia não somente poderá alimentar o mundo, mas garantir a segurança alimentar do planeta. Por isso, é necessário a mudança de hábito desde já, para que esta segurança se concretize!
Luis Eduardo Arns Pereira
Agrônomo e Gestor do Balaio Orgânico
quinta-feira, 3 de agosto de 2017
Produtor orgânico: O maior empreendedor rural
Dia 28 de Julho foi o dia do agricultor. Nada mais justo um dia para homenagear este trabalhador cuja atividade é responsável pela comida na mesa de cada um de nós, correndo o risco de perder o fruto do seu trabalho com as intempéries do clima, entre tantos outros percalços. Tudo isso sem perder a motivação de todos os dias acordar cedo para trabalhar, com a esperança de que a terra irá dar o seu fruto!
Independente do tamanho de sua terra ou do modelo de agricultura que adota, todo agricultor é um empreendedor que corre inúmeros riscos e usa de muita criatividade para driblar os problemas que surgem no caminho.
Contudo, é necessário ressaltar que dentro de um modelo de produção agroecológico, o agricultor se encontra em um nível de empreendedorismo mais complexo que em outros modelos, pelos seguintes motivos:
No modelo convencional, todos os insumos são adquiridos de fora da propriedade - adubos, agrotóxicos, sementes, entre outros - ou seja, a tecnologia vem pronta, através de um mercado cada vez mais dominado por grandes conglomerados, algo que tende a limitar o empreendedorismo na agricultura.
Por outro lado, no modelo agroecológico, o agricultor prepara o próprio adubo, prepara as caldas repelentes e preventivas contra pragas e doenças, e desenvolve, seleciona, guarda e troca suas sementes com seus vizinhos, que por sua vez, podem ter desenvolvido sementes de outras espécies em suas propriedades. Tudo isso em um complexo sistema de produção que é o sistema agroecológico, alternando e consorciando cultivos dos mais variados, visando o equilíbrio natural do conjunto estabelecido. Estas experiências geralmente são compartilhadas com o grupo de produtores orgânicos da região, enriquecendo e fortalecendo o agricultor e a atividade agrícola do local.
Ou seja, o modelo de produção orgânica leva o empreendedorismo no campo a um alto nível, o que é bom para a agricultura, para os agricultores e para todos nós de maneira geral!
Felicitações aos maiores empreendedores do campo!
Luis Eduardo Arns Pereira
Agrônomo e Gestor do Balaio Orgânico
Independente do tamanho de sua terra ou do modelo de agricultura que adota, todo agricultor é um empreendedor que corre inúmeros riscos e usa de muita criatividade para driblar os problemas que surgem no caminho.
Contudo, é necessário ressaltar que dentro de um modelo de produção agroecológico, o agricultor se encontra em um nível de empreendedorismo mais complexo que em outros modelos, pelos seguintes motivos:
No modelo convencional, todos os insumos são adquiridos de fora da propriedade - adubos, agrotóxicos, sementes, entre outros - ou seja, a tecnologia vem pronta, através de um mercado cada vez mais dominado por grandes conglomerados, algo que tende a limitar o empreendedorismo na agricultura.
Por outro lado, no modelo agroecológico, o agricultor prepara o próprio adubo, prepara as caldas repelentes e preventivas contra pragas e doenças, e desenvolve, seleciona, guarda e troca suas sementes com seus vizinhos, que por sua vez, podem ter desenvolvido sementes de outras espécies em suas propriedades. Tudo isso em um complexo sistema de produção que é o sistema agroecológico, alternando e consorciando cultivos dos mais variados, visando o equilíbrio natural do conjunto estabelecido. Estas experiências geralmente são compartilhadas com o grupo de produtores orgânicos da região, enriquecendo e fortalecendo o agricultor e a atividade agrícola do local.
Ou seja, o modelo de produção orgânica leva o empreendedorismo no campo a um alto nível, o que é bom para a agricultura, para os agricultores e para todos nós de maneira geral!
Felicitações aos maiores empreendedores do campo!
Luis Eduardo Arns Pereira
Agrônomo e Gestor do Balaio Orgânico
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