Diversos estudos tem constatado a redução das populações de insetos polinizadores, entre os vários tipos de abelhas, borboletas, além de pássaros que também se alimentam do néctar das flores. Isto é algo que deve ser visto com muita atenção, pois muitas hortaliças, frutas e até alguns grãos dependem de polinizadores para que produzam em quantidade satisfatória.
Entre as prováveis causas, estão o desmatamento, uso indiscriminado de inseticidas e monocultivos. As matas são um verdadeiro estoque de alimentos para os polinizadores, pois abrigam muitas espécies vegetais que produzem pólen e néctar em grande quantidade e em períodos distintos, sendo assim, uma garantia de segurança alimentar para estes insetos e pássaros. É óbvio que, com o aumento do desmatamento, a sobrevivência dos polinizadores fica comprometida.
O uso indiscriminado de inseticidas também compromete a sobrevivência destes insetos, também por razões óbvias. A aplicação destes agrotóxicos nas lavouras prejudica as atividades dos polinizadores, além haver a possibilidade de contaminação das áreas do entorno, com o escorrimento através de enxurradas e com a deriva, através do vento. Desta forma, a contaminação do ambiente afeta diretamente as atividades e a reprodução destes insetos.
Outro ponto são as grandes áreas de monocultivo, e têm o mesmo efeito do desmatamento sobre a vida dos polinizadores: redução da quantidade, qualidade, variedade e também da constância de suprimento de pólen e néctar ao longo das estações do ano.
Desta forma, a agroecologia é, de novo, a resposta para este sério problema ambiental e agrícola. Ao prezar pela conservação de áreas florestais, e até mesmo o cultivo em agroflorestas, a produção agroecológica favorece a produção de pólen e néctar em maiores quantidades, melhor qualidade e variedade e em várias épocas do ano, garantindo a segurança alimentar dos polinizadores. Ao dispensar o uso de inseticidas, a produção orgânica favorece a sobrevivência e reprodução destes insetos. Ao buscar realizar cultivos diversificados, a agroecologia favorece também uma maior oferta, variedade e qualidade de pólen e néctar.
Sendo assim, mais uma vez fica evidenciada a importância da agricultura orgânica para nossa segurança alimentar no futuro!
Luis Eduardo Arns Pereira
Agrônomo e Gestor do Balaio Orgânico
Nenhum comentário:
Postar um comentário